Exército iraquiano diz que não haverá ataque imediato contra Fallujah

Segundo o ministério da Defesa, ao menos 25 insurgentes morreram nesta terça-feira
Da AFP
Publicado em 07/01/2014 às 13:21


O exército iraquiano ainda não conseguiu retomar os bairros de Ramadi controlados por jihadistas e afirmou nesta terça-feira (07) que não era possível lançar um ataque imediato contra Fallujah.

Segundo o ministério da Defesa, ao menos 25 insurgentes morreram nesta terça-feira no ataque da Força Aérea iraquiana nos bairros de Ramadi controlados por milicianos ligados à Al-Qaeda.

Vários bairros de Ramadi e a totalidade de Fallujah caíram na semana passada sob o controle de insurgentes vinculados à Al-Qaeda, pertencentes ao grupo Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL).

Esta é a primeira vez desde a insurreição que se seguiu à invasão americana do Iraque em 2003 que militantes da Al-Qaeda, que também atuam no conflito na Síria, tomam o controle de zonas urbanas iraquianas.

As forças de segurança e membros de tribos lançaram uma ofensiva infrutífera na madrugada desta terça-feira para tentar recuperar o controle de bairros de Ramadi.

Os combates deixaram quatro mortos e 14 feridos entre os civis, declarou à AFP Ahmed Abdel Sala, médico do hospital de Ramadi, que não contava com um balanço de vítimas entre os militares, nem entre os insurgentes.

"Por enquanto não é possível lançar um ataque contra Fallujah", declarou à AFP um porta-voz do ministério, explicando a necessidade de evitar "derramar o sangue dos habitantes".

Nos últimos dias, um grande número de civis fugiu das cidades de Ramadi e Fallujah.

Reforços continuam a chegar nas cidades. "Hoje, o exército enviou veículos blindados e tanques 15 km a leste de Fallujah", anunciou um capitão da polícia.

Em Ramadi, "as forças de segurança e homens armados das tribos tentaram entrar ontem à noite nas zonas controladas pelo EIIL no sul de Ramadi". "Os combates começaram às 23H00 (18H00 no horário de Brasília) e terminaram às 06H00.

Na segunda-feira, várias autoridades iraquianas advertiram que as forças de segurança se preparavam para uma grande ofensiva contra Fallujah, mas o primeiro-ministro Nuri al-Maliki fez um apelo às tribos sunitas armadas da região de expulsarem por conta própria "os terroristas" para evitar um ataque.

ENTREGA DE ARMAS AMERICANAS -Um líder tribal de Falluja, xeque Ali al-Hammad, afirmou, em seguida, que os combatentes do EIIL haviam deixado a cidade, onde os únicos homens armados ainda presentes "eram filhos das tribos".

Em Washington, o Pentágono anunciou que aceleraria o envio de mísseis e drones (aviões não-tripulados) para o Iraque.

"Nós iremos acelerar o fornecimento de 100 mísseis Hellfire adicionais que estarão prontos para serem enviados na primavera", assim como 10 drones de observação ScanEagle, declarou o coronel Steven Warren.

Os mísseis Hellfire, concebidos originalmente como uma arma anti-tanque, podem ser disparados a partir de helicópteros ou aviões.

Domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, expressou um apoio limitado às autoridades iraquianas neste "combate que elas devem vencer por si mesmas".

Washington "trabalha estreitamente com os iraquianos para estabelecer uma estratégia para isolar os grupos ligados à Al-Qaeda para que as tribos que cooperam com as forças iraquianas possam expulsa-los das zonas habitadas", assegurou o coronel Warren, sem outras precisões.

Após 2003, a província de Al-Anbar, de onde Ramadi é a capital, tronou-se um bastião da insurreição, e foi ali que as forças americanas sofreram suas maiores perdas.

As forças americanas e iraquianas retomaram o controle de Al-Anbar, principalmente após que os Estados Unidos conseguiram reunir as tribos sunitas a partir do final de 2006.

A violência, que havia diminuído a partir de 2006 com a criação das milícias sunitas Sahwa pelo exército americano para combater a Al-Qaeda, voltaram com força em 2013, atingindo os níveis recordes de 2008.

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