Sul-coreanos correm para cancelar cartões de crédito após roubo de dados

Mais de 1,15 milhão de pessoas cancelaram seus cartões de crédito desde segunda-feira e nove milhões de usuários consultaram sua conta na internet
Da AFP
Publicado em 21/01/2014 às 15:37


Dezenas de milhares de sul-coreanos lotaram os bancos nesta terça-feira (21) para bloquear seus cartões de crédito após o roubo de dados confidenciais de ao menos 20 milhões de usuários.

Mais de 1,15 milhão de pessoas cancelaram seus cartões de crédito desde segunda-feira e nove milhões de usuários consultaram sua conta na internet para ver se estavam entre as vítimas, segundo a autoridade de controle das transações financeiras.

Este pânico generalizado foi provocado pela detenção de um funcionário de uma empresa de estudos de solvência, a Korea Credit Bureau (KCB), suspeito de ter roubado as informações pessoais de clientes de três empresas emissoras de cartões de crédito.

Depois vendia a informação a empresas de marketing telefônico, cujos diretores também foram detidos no início do mês, informaram a polícia e os Serviços de Vigilância Financeira (FSS), que revelaram no domingo o alcance do desastre. O regulador anunciou que o roubo afeta ao menos 20 milhões de usuários em um país de 50 milhões de habitantes conhecido por ser um dos mais informatizados do planeta.

A informação roubada - ainda não se sabe se estava destinada a esvaziar as contas dos proprietários - inclui nomes, número de segurança social, número de telefone, número de cartões de crédito, assim como da data de expiração, segundo o FSS.

As empresas afetadas, KB Kookmin Card, Lotte Card e NH Nonghyup Card, recorreram a milhares de empregados temporários para responder a uma avalanche de queixas e aos pedidos de cancelamento. "Estamos afundados nisso há dois dias", declarou um funcionário da KB Kookmin Card.

Nas redes sociais e nos principais sites de internet, os usuários criticavam as horas intermináveis de espera nas agências e os problemas nos sites e nos telefones dos bancos.

SANÇÕES EXEMPLARES - "Fiquei telefonando para a central por mais de seis horas e não consegui. Acabei indo diretamente ao banco e tive que esperar mais uma hora antes de poder cancelar meu cartão de crédito", declarou um cliente do NH Nonghyup.

"Estou na (agência do) Lotte Card para cancelar o cartão. Dizem que há seis horas de espera!", tuitou outro cliente.

Dezenas de diretores das três empresas de crédito apresentaram sua renúncia e foram abertas investigações para determinar se as medidas de segurança utilizadas eram adequadas.

"Nós os tornaremos responsáveis pelo vazamento de dados se ficar provado que as medidas utilizadas no momento de compartilhar dados entre as filiais e os controles eram pouco profundos", declarou o presidente do FSS, Choi Soo-Hyun, citado pela agência de notícias Yonhap.

A presidente Park Geun-Hye pediu pessoalmente à justiça sanções exemplares para os ladrões de dados. As três sociedades de crédito em foco se comprometeram a cobrir as eventuais perdas financeiras de seus clientes.

Nos últimos anos, muitas empresas sul-coreanas foram vítimas de roubo de dados de seus clientes. Em dezembro, um funcionário do Citibank Korea foi detido por roubar dados pessoais de 34.000 clientes da entidade. Em 2012, a polícia prendeu dois hackers sul-coreanos que haviam roubado dados pessoais de 8,7 milhões de clientes do segundo operador de telefonia móvel do país.

Em novembro de 2011, o desenvolvedor de jogos Nexon foi alvo de hackers, que levaram os dados particulares de 13 milhões de usuários. No fim de julho do mesmo ano, hackers também coletaram os dados de 35 milhões de usuários da maior rede social do país, Cyworld.

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