O Chile pediu aeronaves à vizinha Argentina para combater o incêndio que, desde sábado (12), se alastra pela cidade portuária de Valparaíso - a 140 quilômetros da capital, Santiago. O fogo já queimou 850 hectares - cada hectare corresponde a um campo de futebol - e 2 mil casas, além de matar 12 pessoas e afetar outras 8 mil, que foram retiradas do local. A presidente chilena, Michelle Bachelet, prometeu nesta segunda-feira (14) organizar “a maior operação aérea” para enfrentar “um incêndio de proporções jamais vistas”.
Esta é a segunda catástrofe que Michelle enfrenta, desde que assumiu o segundo mandato presidencial no último dia 11 de março. O primeiro foi um forte terremoto, no norte do Chile, no último dia 1º de abril. Quando Bachelet estava por terminar seu primeiro mandato presidencial, em 2010, o país foi surpreendido por um dos piores terremotos da história recente, seguido por um tsunami.
Por causa do incêndio, Michelle cancelou o encontro com a presidente argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, programada para terça-feira (15). Essa seria sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu a presidência chilena. Além de ser sede do Congresso chileno, Valparaíso (que fica ao lado do balneário de Viña del Mar) é um dos maiores pontos turísticos do país: a cidade colonial foi declarada em 2003 Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O incêndio começou nos morros que rodeiam o porto e se alastrou rapidamente. Por causa do vento, que continua espalhando as chamas, os cerca de 1.200 bombeiros ainda não tinham conseguido domar completamente o incêndio até esta tarde. O papa Francisco enviou uma carta de apoio aos moradores de Valparaíso, que nesta segunda temiam os efeitos das nuvens tóxicas provocadas pelo fogo.