Opositor venezuelano será julgado por violência durante protestos

O MP acusa López, detido desde 18 de fevereiro, de ser ''determinante nos delitos de incêndio e danos, instigação pública e associação delituosa''
Da AFP
Publicado em 05/06/2014 às 16:12
O MP acusa López, detido desde 18 de fevereiro, de ser ''determinante nos delitos de incêndio e danos, instigação pública e associação delituosa'' Foto: Foto: AFP


O líder opositor Leopoldo López, detido há mais de três meses, será julgado por estimular a violência durante os protestos na Venezuela em fevereiro, determinou uma juíza de Caracas, informou o Ministério Público.

"Se ordenou a passagem a julgamento de Leopoldo Eduardo López Mendoza, por sua suposta responsabilidade nos atos de violência registrados em 12 de fevereiro deste ano, no centro de Caracas", afirma um comunicado do Ministério Público.

O MP acusa López, detido desde 18 de fevereiro, de ser "determinante nos delitos de incêndio e danos, instigação pública e associação delituosa", afirma a nota oficial, que destaca a manutenção da privação de liberdade.

Se for considerado culpado, o político pode ser condenado a 10 anos de prisão, de acordo com as leis venezuelanas.

A decisão foi anunciada após uma jornada de muitas deliberações, iniciada na manhã de quarta-feira no Palácio da Justiça, no centro de Caracas, onde na segunda-feira começou a audiência preliminar contra López e quatro estudantes, que também serão julgados.

"Novamente não se fez justiça. É lamentável que o governo corrompa tão descaradamente a moral de seus funcionários para encobrir a verdade!", escreveu no Twitter Lilian Tintori, esposa de López.

O opositor, um economista de 43 anos que estudou em Harvard e líder da Vontade Popular, partido radical da opositora Mesa de Unidade Democrática, é o principal idealizador da estratégia denominada "La Salida", que busca, por meio de manifestações, a renúncia do presidente Nicolás Maduro, que denunciou a mobilização como "golpe de Estado em desenvolvimento".

Os protestos da oposição, iniciados em fevereiro, deixaram 42 mortos na Venezuela, mas diminuíram de intensidade com o passar dos meses.


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