Ministro de Israel diz que líder palestino não quer paz

Lieberman chamou o discurso de Abbas feito na semana passada de "uma mensagem de ódio e provocação"
Karol Albuquerque
Publicado em 29/09/2014 às 17:44


O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou nesta segunda-feira (29) que está claro que o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, não tem intenção de estabelecer a paz com Israel. Ele chamou o discurso de Abbas feito na semana passada de "uma mensagem de ódio e provocação".

Abbas acusou Israel de realizar "crimes de guerra" e conduzir uma "guerra do genocídio" em Gaza. Ele afirmou que pediria ao Conselho de Segurança da ONU para assumir as regras de qualquer negociação com Israel, incluindo o estabelecimento de um cronograma para Israel desocupar terras palestinas.

Lieberman questionou a legitimidade de Abbas de falar como representante do povo palestino, afirmando que ele não controla a Faixa de Gaza, onde o Hamas continua no comando da seguranças e as eleições foram postergadas por mais de quatro anos. O ministro falou com repórteres antes do discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no encontro anual na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Como ele falhou em todos seus problemas domésticos, ele tenta resolver os problemas domésticos com alguma intensificação em seu discurso aqui na ONU, na arena internacional", disse Lieberman. "Mas é claro que ele não tem apoio", acrescentou.

Mohammed Ishtayeh, um assessor de Abbas, respondeu afirmando que "se Lieberman e seu governo buscam a paz, por que estão construindo acampamentos na nossa terra?". Ele também informou que "Liebermen está tentando encobrir os crimes de guerra que seu governo cometeu em Gaza, mas nós preparamos a lista de acusação para levar Israel à Corte Penal Internacional".

Lieberman também afirmou que Israel está observando de perto as negociações entre o Irã e as seis maiores potências mundiais. Para ele, um acordo como o feito com a Coreia do Norte, que levou à produção de bombas nucleares, é "completamente inaceitável" para Israel. "Se os iranianos alcançarem as capacidades nucleares, a consequência será uma corrida de armas atômicas insana em todo o Oriente Médio", alertou o ministro.

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