Um líder palestino comparou nesta terça-feira (30) o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao chefe da organização jihadista Estado Islâmico (EI), depois que o premiê de Israel comparou o movimento islamita Hamas ao EI.
Há várias semanas Netanyahu se esforça para assimilar os jihadistas do EI, responsáveis por inúmeras atrocidades no Iraque e na Síria, com o movimento palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, em uma tentativa de justificar sua última ofensiva contra o enclave palestino. Os 50 dias de guerra deixaram mais de 2.140 mortos do lado palestino, em sua grande maioria civis, e 73 entre os israelenses, incluindo 66 militares.
"Netanyahu tenta fomentar o medo do Estado Islâmico dirigido por Abu Bakr al-Baghdadi, mas Netanyahu se esquece de que ele dirige o Estado Judeu", afirmou o chefe dos negociadores palestinos Saeb Erakat. "Netanyahu quer fazer com que o conflito na região passe de um conflito político para um conflito religioso", disse.
"Quer que Israel seja chamado de Estado Judeu e apoia os colonos terroristas que matam, destroem e queimam mesquitas e igrejas (...), como os homens de Baghdadi matam e aterrorizam", acrescentou.
Em seu discurso na segunda-feira na sede das Nações Unidas, "Netanyahu fechou definitivamente a porta a qualquer progresso em direção a uma solução de dois Estados com base nas fronteiras de 1967 e rejeitou qualquer solução política séria", estimou Erakat.
Além dos 360 mil colonos israelenses que vivem na Cisjordânia, há cerca de 200 mil em assentamentos construídos em Jerusalém Oriental. A comunidade internacional considera ilegais todos os assentamentos nesses territórios ocupados em 1967.