Uma mulher está à frente dos combatentes curdos na batalha contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), que tentam assumir o controle da cidade síria de Kobane, anunciaram um militante e uma ONG.
Mayssa Abdo, de 40 anos, "conhecida com o nome de guerra Narin Afrin, está no comando das YPG (Unidades de Proteção do Povo, combatentes curdos) em Kobane ao lado de Mahmud Barjodan", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
As milícias resistem desde 16 de setembro a uma grande ofensiva do EI em Kobane, perto da fronteira com a Turquia.
"Os que a conhecem dizem que é culta, inteligente e tranquila. Se preocupa com a força mental dos combatentes e se interessa por seus problemas", afirmou à AFP Mustefa Ebdi, um militante curdo natural de Kobane.
A presença de mulheres entre as forças curdas não é um fenômeno novo. Os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que pegaram em armas na Turquia em 1984 para criar um Estado curdo independente antes de iniciar negociações de paz com Ancara há dois anos, contam há muito tempo com mulheres entre seu grupo.
As combatentes do PKK ficaram conhecidos no mundo todo nos anos 90, com uma campanha que incluía operações suicida.
No dia 5 de outubro, a combatente curda Dilar Gencxemis, identificada por seu movimento com o nome de guerra Arin Mirkan, executou um atentado suicida que matou dezenas de jihadistas nos arredores de Kobane.
As YPG são a principal milícia curda síria e o braço armado do Partido da União Democrática (PYD), o principal partido curdo na Síria, que é por sua vez o braço sírio do PKK.