A Corte Suprema de Bangladesh confirmou nesta segunda-feira a condenação à pena de morte de um dirigente do principal partido islamita do país, que foi considerado culpado por crimes de guerra cometidos durante a luta pela independência em 1971.
Após a rejeição do apelo da defesa, a condenação à pena capital de Mohamad Kamaruzzaman por enforcamento foi confirmada. A aplicação da pena ainda depende de uma eventual revisão do caso. Além disso, o presidente do país tem o direito de conceder um indulto. Mas a promotoria considera as duas possibilidades reduzidas.
Kamaruzzaman, de 62 anos e assistente do secretário-geral do partido Jamaat el-Islami, será o segundo dirigente islamita a morrer enforcado por crimes cometidos durante a guerra de independência de Bangladesh contra o Paquistão. Ele foi acusado de assassinato em massa, torturas e sequestros.
A guerra de independência de Bangladesh contra o Paquistão provocou três milhões de mortes, segundo números oficiais do governo de Dacca, e entre 300.000 e 500.000 segundo fontes independentes.
Em dezembro de 2013, Abdul Quader Molla foi executado depois de ser condenado por acusações similares. Na semana passada, um tribunal condenou à pena de morte Motiur Rahman Nizami, presidente do mesmo partido.
Em 2013 uma condenação similar provocou uma onda de protestos e distúrbios. Dezenas de milhares de pessoas enfrentaram as forças de segurança, com um saldo de 500 mortos.