Coreia do Norte descarta diálogo com EUA sobre programa nuclear

Ministro coreano afirmou estar convencido de que Washington tem a intenção de derrubar o regime comunista
Da AFP
Publicado em 04/11/2014 às 12:14
Ministro coreano afirmou estar convencido de que Washington tem a intenção de derrubar o regime comunista Foto: Foto: KNS / KCNA / AFP


O governo da Coreia do Norte descartou nesta terça-feira uma negociação com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear e os direitos humanos, por estar convencido de que Washington tem a intenção de derrubar o regime comunista.

"Pyongyang nunca permitirá um diálogo sobre os direitos humanos ou o tema nuclear com um inimigo empenhado em derrubá-lo", declarou um porta-voz do ministério norte-coreano das Relações Exteriores, citado pela agência oficial KCNA.

A ideia de desnuclearizar a península coreana "não tem sentido" por causa da política americana, centrada na queda do regime comunista norte-coreano e de seu modelo social, completou a fonte.

O porta-voz da diplomacia norte-coreana insistiu que "uma parte não pode dialogar unilateralmente sobre seu desarmamento quando a parte adversa está decidida a transformá-la em pedaços a qualquer preço".

A Coreia do Norte manifestou em várias ocasiões a vontade de retomar as negociações multilaterais sobre o programa nuclear de Pyongyang, mas Washington e Seul exigem um gesto prévio.

As negociações com seis países, paralisadas desde 2009, têm como objetivo obter da Coreia do Norte a renúncia à tecnologia nuclear militar em troca de ajuda financeira e humanitária. As conversações têm a participação das duas Coreias, China, Estados Unidos, Rússia e Japão.

Pyongyang lançou recentemente uma ofensiva diplomática para tentar impedir a aprovação de uma resolução da ONU que pretende levar o país ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade.

Um relatório da ONU publicado em fevereiro denuncia abusos e violações dos direitos humanos sistemáticas nos acampamentos de detenção, incluindo torturas, estupros, assassinatos e escravidão.

Na semana passada o investigador da ONU para a Coreia do Norte afirmou, no entanto, que o país registrou "progressos" em termos de direitos humanos.

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