Manifestantes pediram nesta quarta-feira (12) a demissão do chefe do executivo do estado de Chhattisgarh, no centro da Índia, depois da morte de 13 mulheres na sequência de um programa de esterilização em massa realizado no sábado (8).
Além das mortes, 14 mulheres continuam em estado grave, com complicações devido à cirurgia. Elas receberam uma indenização do Estado de 1.400 rupias (cerca de R$ 60).
Na capital de Chhattisgarh, Raipur, dezenas de manifestantes exigiram a demissão do chefe do governo do estado, Raman Singh, e danificaram viaturas.
“Análises preliminares sugerem que um choque séptico pode estar na origem das mortes”, disse um responsável do executivo local, Amar Thakur. “Parece que o material clínico utilizado poderia estar infectado. Aguardamos o relatório” do inquérito, disse.
As mulheres foram submetidas a uma esterilização laparoscópica, um processo pouco invasivo. A intervenção visa a bloquear as trompas de Falópio e é realizada geralmente sob anestesia geral.
A esterilização é um dos métodos mais difundidos de planejamento familiar na Índia, onde muitos estados organizam operações em massa geralmente tendo como alvo as mulheres de áreas rurais.
Trata-se em teoria de uma operação voluntária, mas, segundo organizações não governamentais, as mulheres não são informadas corretamente e são submetidas a fortes pressões por parte de funcionários dos governos locais.
Segundo a imprensa local, as 83 mulheres que participaram do programa em foram operadas no sábado por um cirurgião e o seu assistente.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, determinou a abertura de um inquérito e quatro responsáveis do setor da saúde de Chhattisgarh foram afastados. A polícia apresentou uma queixa contra o cirurgião que realizou as operações.