A Irlanda elogiou as ordens executivas de Barack Obama, que concedem novos direitos a milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, afirmando que as reformas permitirão que milhares de cidadãos irlandeses participem de casamentos e funerais no país sem o temor de serem barrados ao retornar para suas vidas nos Estados Unidos.
A medida saiu nas primeiras páginas dos jornais da Irlanda, de onde milhões de cidadãos se mudaram para os Estado Unidos, dentre eles estimados 50 mil que vivem ilegalmente em território norte-americano. Durante duas décadas, governo irlandeses fizeram lobby na Casa Branca, durante a celebração anual de São Patrício, para garantir a residência legal a esses cidadãos.
O ministro de Relações Exteriores irlandês Charlie Flanagan disse que as ordens executivas de Obama são um "real progresso", mas lembrou que a residência será concedida apenas a moradores ilegais, que estão no país há pelo menos cinco anos e com filhos nos Estados Unidos. Ele disse que diplomatas irlandeses devem se concentrar nos esforços para persuadir a maioria republicana no Congresso a apoiar e estender as ordens de Obama, para que incluam todos os cidadãos irlandeses com ficha criminal limpa.
Em toda a Europa, políticos e analistas elogiaram a medida de Obama de confrontar a oposição republicana no Congresso. Um jornal alemão, o Thuringische Landeszeitung, disse nesta sexta-feira que Obama "voltou para os dias do 'yes I can' (sim, eu posso, o slogan de campanha do primeiro mandato do presidente) do passado".
Alasdair McDonnell, líder nacionalista da Irlanda do Norte, disse que a medida vai permitir que milhares de cidadãos irlandeses visitem parentes pela primeira vez em vários anos. "Ao longo dos anos, tenho ouvido histórias comoventes de imigrantes que não puderam visitar parentes doentes, nem ir a seus funerais", disse McDonnell, líder do Partido Trabalhista e social-democrata.
"Trata-se de uma medida corajosa e visionária do presidente Obama que, ao ir contra as opiniões de tantas pessoas, reconhece a imensa contribuição dos imigrantes na vida econômica dos Estados Unidos", declarou.