Cúpula da Unasul busca avanço à livre mobilidade de pessoas

O grupo de 12 países pretende se consolidar em relação a outras iniciativas de integração como o Mercosul, a Alba, a Aliança do Pacífico e a Celac
Da AFP
Publicado em 04/12/2014 às 17:09
O grupo de 12 países pretende se consolidar em relação a outras iniciativas de integração como o Mercosul, a Alba, a Aliança do Pacífico e a Celac Foto: Foto: Fotos Públicas


Seis anos depois de criada, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) busca ganhar protagonismo em relação a outros blocos regionais com uma cúpula no Equador, quinta e sexta-feira direcionada para fixar as bases para a livre mobilidade de seus 400 milhões de habitantes.

"Esta reunião será um relançamento do processo integracionista", disse, confiante, o presidente do Equador, Rafael Correa.

O grupo de 12 países pretende se consolidar em relação a outras iniciativas de integração como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), a Aliança do Pacífico e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que em distintas combinações unem vários membros da Unasul.

O secretário da Unasul, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, formulou justamente um pedido à "convergência em matéria econômica" para que o bloco se posicione frente a mercados como os dos Estados Unidos e do Canadá, da União Europeia (UE) e da Ásia.

Samper propôs também o estabelecimento da "cidadania sul-americana" para garantir a livre mobilidade de 400 milhões de pessoas (70% da população latino-americana) por um território de 18 milhões de km2.

"Isso tem que ser complementado com uma política de defesa dos imigrantes. Há 26 milhões de sul-americanos circulando pelo mundo que têm sido muito maltratados", disse Samper durante um seminário em Guayaquil na última quarta-feira.

Nesse contexto, presidentes e representantes dos países-membros da Unasul se reunirão para reativar iniciativas de integração.

"O avanço da integração não está à altura do nosso potencial e necessidade", criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma conferência em Guayaquil.

Lula pediu ainda que a Unasul concretize a criação de seus próprios tribunais como alternativa às cortes internacionais. "Não faria sentido que em pleno século XXI um conflito entre dois países da América do Sul seja dirimido em um tribunal de Haia e que tenha que recorrer à OEA", declarou Lula, enfatizando que "temos que construir nossas instituições que podem resolver soberanamente nossos conflitos".

A Unasul é formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Nesta quinta-feira, diplomatas e chefes de Estado se reunirão em Guayaquil para a passagem da presidência pro tempore do bloco, do Suriname para Uruguai.

Na sexta-feira será inaugurada a sede construída nas proximidades de Quito. O edifício receberá o nome do primeiro-secretário da Unasul e ex-presidente argentino Néstor Kirchner, morto em 2010.

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