Anistia denuncia impunidade de crimes de guerra na República Centro-Africana

A organização detalha como alguns líderes, membros das forças seleka, de maioria muçulmana, e os anti-Balaka cristãos continuam a cometer atrocidades e a desafiar a lei
Da ABr
Publicado em 11/12/2014 às 8:21
A organização detalha como alguns líderes, membros das forças seleka, de maioria muçulmana, e os anti-Balaka cristãos continuam a cometer atrocidades e a desafiar a lei Foto: Foto: AFP


A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta quinta-feira (11) a impunidade dos crimes de guerra na República Centro-Africana, uma situação que alimenta a espiral de violência e o medo que atinge o país desde o fim do ano passado.

No relatório República Centro-Africana: A Impunidade Alimenta a Violência, publicado nesta quinta-feira, a AI registra a violência no país e critica o fracasso das Nações Unidas e das autoridades nacionais para investigar eficazmente esses crimes.

"A ONU [Organização das Nações Unidas] e as autoridades da República Centro-Africana devem atuar com urgência para garantir que todos os suspeitos de crimes de direito internacional, incluindo os crimes de guerra e contra a humanidade, sejam investigados", disse o subdiretor regional da Anistia, Steve Cockburn, em nota.

A organização detalha como alguns líderes, membros das forças seleka, de maioria muçulmana, e os anti-Balaka cristãos continuam a cometer atrocidades e a desafiar a lei.

"Ao não exigir responsabilidade aos envolvidos em assassinatos de civis, na utilização de crianças-soldado e na queima de aldeias, permitem-nos andar livremente e continuar a aterrorizar a população sem receio de repercussões", criticou Cockburn.

Entre esses líderes, a Anistia indica o ex-ministro do Governo e coordenador dos anti-Balaka, Patrice Edouard Ngaïssona, que foi libertado pouco depois de ter sido detido em abril, acusado de "crimes contra a humanidade e incitação ao genocídio".

A organização pediu às autoridades do país e à ONU que abram uma investigação sobre todos os suspeitos e sugere um tribunal híbrido, que integre juízes nacionais e internacionais.

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