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Orquestra Criança Cidadã colhe frutos de tocar para o papa

Foram quase três meses preparando um repertório especial para a apresentação

Mariana Mesquita
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Mariana Mesquita
Publicado em 23/12/2014 às 0:28
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Foram quase três meses preparando um repertório especial para a apresentação - FOTO: Divulgação
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“Ainda não temos a dimensão do que esse convite significou. A cada dia acontecem mais desdobramentos positivos por conta da exposição que tivemos, ao tocar para o papa”, confessa o maestro Nilson Galvão Júnior, regente da Orquestra Criança Cidadã. “Foi uma experiência duplamente gratificante, tanto porque pudemos conhecê-lo de perto, como também pelo fato de proporcionar a vivência de ser músico profissional, viajar, fazer turnê, apresentar-se fora do País”, relata.

No último mês de outubro, uma comitiva de 43 jovens músicos, oriundos do bairro do Coque, compareceu à Sala Clementina, no Vaticano, com a missão de apresentar a Francisco um repertório especialmente preparado para ele. Além das músicas de seu compositor favorito, Johann Sebastian Bach, os instrumentos afiados executaram diversas peças sacras e até o hino do clube de futebol argentino San Lorenzo, o time do papa. 

“A apresentação não foi muito demorada, mas para os adolescentes foi emocionante. Nenhum deles jamais pensava sequer em ir à Europa, quanto mais conhecer um papa”, recorda o maestro. O evento coroou quase três meses de ensaios árduos, iniciados após a entidade receber o convite através da instituição Fraternidade Católica. “Foi tudo muito rápido, muito corrido, e eles levaram um tempo para perceber a importância do que estava acontecendo”, avalia.

Francisco cumprimentou a cada um dos presentes, burlando os esquemas de segurança e impressionando pela simpatia.

Ele recorda que durante o evento o papa fez questão de cumprimentar a cada um dos presentes, burlando os esquemas de segurança, quebrando o protocolo e impressionando pela simpatia. Durante a pregação, falou a respeito do valor da juventude. “Todos ficamos com a impressão de que é uma pessoa diferente, um ser humano de muita sensibilidade. Foi isso o que mais impressionou as crianças, a percepção de que ele é alguém muito simples, que se comporta como um religioso comum e não como líder supremo de uma instituição”, conta.

Segundo Nilson, o próprio Francisco soube do trabalho educativo e filantrópico promovido com os jovens atendidos pela orquestra, e manifestou interesse em trazê-los ao Vaticano – que concedeu a hospedagem, enquanto o governo de Pernambuco e outros parceiros forneceram passagens e formas adicionais de apoio à viagem. Durante a viagem à Europa, várias outras apresentações ocorreram, e por conta da visibilidade obtida por meio da imprensa, surgiram novos contratos de patrocínio e trabalhos como vinhetas para uma emissora de TV e jingle para a propaganda de uma empresa. “Todos agora percebem que trabalhamos de forma profissional. Só neste ano fizemos 30 concertos, é uma média superior à da Orquestra Sinfônica”, comemora.


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