Ao menos dez cadáveres e 11 cabeças humanas foram exumados de seis fossas clandestinas encontradas na região montanhosa de Guerrero, um violento estado do sul do México, informaram fontes oficiais nesta terça-feira.
Os cadáveres, com sinais de tortura e com as mãos e os pés amarrados, estavam enterrados junto às cabeças em um terreno do povoado de Tepehuixco, do município de Chilapa de Álvarez, informou o ministério público de Guerrero.
Este local foi palco no ano passado de confrontos armados entre grupos rivais de narcotráfico que disputam o território, declarou à AFP um oficial da polícia estatal que pediu o anonimato.
Os restos, que foram encontrados após uma denúncia anônima, em avançado estado de decomposição e envolvidos em sacos plásticos pretos foram exumados após mais de um dia de trabalho, disse a fonte.
As autoridades não identificaram os corpos, que se encontram no serviço forense de Chilpancingo, capital de Guerrero.
O município de Chilapa começou a ser palco de violência em julho do ano passado, quando diversos confrontos deixaram naquele mês 15 pessoas mortas e várias outras feridas.
Guerrero, um estado pobre onde se cultiva maconha e papoula, concentra a atenção das autoridades após o desaparecimento e possível massacre de 43 estudantes em Iguala, outro município da zona montanhosa, mais ao norte que Chilapa.
Segundo as investigações do ministério público, os jovens foram atacados a tiros por policiais locais e narcotraficantes na noite de 26 de setembro, e teriam sido entregues a membros do cartel local Guerreros Unidos, que os massacraram.
As primeiras declarações dos detidos por este caso afirmaram que os estudantes haviam sido enterrados em fossas clandestinas, mas depois apontaram que os restos dos jovens foram atirados a um rio.
Até o momento só foi possível identificar os restos carbonizados de um dos 43 estudantes, que foram encontrados pelas autoridades durante uma busca em uma lixeira e em um rio próximos a Iguala.