A Al Qaeda no Magrebe Islâmico, braço da organização terrorista no norte da África, ameaçou a França nesta terça-feira (13) com mais ataques terroristas.
"A França paga o preço de sua violência em países muçulmanos e de sua política hostil ao islã", disse o grupo em mensagem publicada em sites jihadistas.
"Enquanto soldados franceses ocuparem países como o Mali e a República Centro-Africana e bombardearem nosso povo na Síria e no Iraque, enquanto sua imprensa estúpida continuar difamando o Profeta (Maomé), a França se expõe ao pior."
A ameaça vem num momento em que a França ainda está abalada pelos atentados de semana passada.
Na quarta-feira, os terroristas Chérif e Said Kouachi invadiram a redação do jornal satírico "Charlie Hebdo" --conhecido por publicar caricaturas de Maomé-- e mataram 12 pessoas, incluindo oito jornalistas e dois policiais.
Nos dois dias seguintes, outro jihadista, Amedy Coulibaly, realizou outros dois atentados. Primeiro, na quinta, ele matou a policial Clarissa Jean-Philippe em tiroteio na cidade de Montrouge, na periferia de Paris.
Um dia depois, invadiu supermercado judaico na capital francesa e fez reféns, matando quatro deles.
Os três homens foram mortos pela polícia. Chérif e Said na cidade de Dammartin-en-Goële, quando se entrincheiravam numa gráfica em meio a sua fuga, e Coulibaly no próprio estabelecimento que invadira, após a entrada da polícia.
A companheira deste último, Hayat Boumeddiene, é foragida. Acredita-se que ela esteja na Síria.
Os irmãos Kouachi alegaram pertencer à Al Qaeda no Iêmen, enquanto Coulibaly disse ser do Estado Islâmico.
No domingo, marchas em homenagem às 17 vítimas dos ataques reuniram 3,7 milhões de pessoas pela França.
Na maior delas, em Paris --que contou com 1,5 milhão de pessoas--, estiveram presentes chefes de Estado, autoridades religiosas e de organizações supranacionais. Foi a maior manifestação da história do país.