O vazamento de uma substância tóxica a partir de um circuito de resfriamento forçou, nesta quarta-feira, os astronautas a evacuar o segmento americano da Estação Espacial Internacional (ISS), anunciou a agência espacial russa.
"Uma substância tóxica emanou do circuíto de resfriamento para a atmosfera da estação no segmento americano da ISS por volta das 11H44 de Moscou (06H44 no horário de Brasília)", indicou a agência Roskosmos em um comunicado.
"Atualmente, o segmento americano foi evacuado e a equipe americana está em segurança no segmento russo", acrescentou a agência.
Um representante do centro de controle russo informou às agências de notícias russas que a substância em questão era amoníaco, um gás incolor que pode causar queimaduras nos olhos e pulmões.
Reparar o vazamento poderia, segundo ele, necessitar uma saída no espaço, mas não a evacuação de toda a tripulação.
"A situação é complicada, mas está sob controle. Tais vazamentos de amoníaco já aconteceram no passado", acrescentou o responsável.
O representante da indústria espacial russa, Maxime Matiushine, afirmou que seus colegas da NASA estavam mobilizados para resolver o problema. Este incidente poderia atrasar o retorno à Terra da cápsula Dragon da SpaceX que abasteceu a estação no início desta semana.
A ISS é um dos raros domínios da cooperação russo-americana que não sofreu com a degradação das relações entre os dois países com a crise na Ucrânia, que fez com que os ocidentais adotassem sanções econômicas sem precedentes contra a Rússia.
No entanto, Moscou anunciou na terça-feira que decidirá na primavera se irá manter as atividades da ISS para além de 2020, como deseja os americanos.
A Rússia fornece à estação seu principal módulo, onde se situam os motores-foguetes, e os foguetes russos Soyouz são, desde o fim das atividades das naves espaciais americanas, o único meio de se chegar e de repatriar a tripulação da ISS.
Dezesseis países participam da ISS, posto avançado e laboratório espacial colocado em órbita em 1998 que custou 100 bilhões de dólares, financiados principalmente pela Rússia e os Estados Unidos.