Grupo xiita reivindica sequestro do chefe de gabinete do presidente do Iêmen

O aumento de poder dos xiitas enfraqueceu a autoridade do presidente Hadi, enquanto a Al-Qaeda se fortaleceu no sul do país após a insurreição popular contra Saleh
Da AFP
Publicado em 17/01/2015 às 15:43
O aumento de poder dos xiitas enfraqueceu a autoridade do presidente Hadi, enquanto a Al-Qaeda se fortaleceu no sul do país após a insurreição popular contra Saleh Foto: Foto: MOHAMMED HUWAIS / AFP


Um grupo xiita reivindicou o sequestro neste sábado de Ahmed Awad ben Mubarak, chefe de gabinete do presidente iemita Abd Rabo Mansur Hadi. A informação foi confirmada por fontes do governo. 

Em um comunicado, o grupo xiita huthi, que controla Sanaa e era o principal suspeito pelo crime, disse que a ação  pretende impedir "a ruptura" do acordo concluído em setembro, sob mediação da ONU, entre a presidência e seu grupo rebelde.

"Um grupo armado estabeleceu um posto de controle em Hada (bairro do sul de Sanaa) e capturou (Ahmed Awad ben) Mubarak e outras pessoas que estavam com ele", declarou à AFP um funcionário da secretaria do diálogo nacional, sem dizer o número de pessoas.

O chefe de segurança nacional, o general Mohamed Al Ahmadi, disse que há negociações em curso para obter sua liberação.

Além de chefe de gabinete, Mubarak era secretário geral do diálogo nacional da transição política implementada após a queda do presidente Ali Abdalah Saleh, em 2012, como consequência de uma contestação popular.

Mubarak era um dos representantes do movimento que reivindica a autonomia da região.

Hadi o nomeou primeiro-ministro em outubro, mas Mubarak rejeitou a proposta pela oposição dos xiitas que tomaram o controle da capital iemenita em 21 de setembro e do partido de Saleh. O posto foi então ocupado por Jalid Bahah. Os huthis contariam com o apoio de Saleh.

O Conselho de Segurança da ONU impôs sanções em novembro a Saleh e a dois líderes xiitas devido à ameaça que representam, segundo ele, para a paz do país.

O aumento de poder dos xiitas enfraqueceu a autoridade do presidente Hadi, enquanto a Al-Qaeda se fortaleceu no sul do país após a insurreição popular contra Saleh.

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