"Je suis Charlie", o slogan emblemático de apoio á liberdade de expressão na França após os atentados contra a revista satírica Charlie Hebdo, "não é a única mensagem da França ao mundo", afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro Manuel Valls.
"Não podemos reduzir a França a uma única mensagem. A França carrega a liberdade de expressão para todos os lugares, mas ela também defende outros valores que nos são caros: a paz, o respeito às convicções, o diálogo entre religiões", declarou à imprensa.
A publicação na primeira capa da Charlie Hebdo de uma nova caricatura de Maomé provocou muitas manifestações contra a revista e os franceses no mundo muçulmano.
O primeiro-ministro elogiou "o grito de união" que representa o slogan "Je suis Charlie", que "uniu todos os franceses, muitos franceses" em homenagem às vítimas dos atentados que fizeram 17 mortos em Paris.
Ao mesmo tempo, Manuel Valls referiu-se aos males que minam a sociedade, enquanto os ataques foram cometidos por jihadistas franceses de famílias de imigrantes, denunciando um "apartheid territorial, social e étnico".
"Nos últimos dias destacamos muitos dos males que assolam o nosso país e os desafios que enfrentamos. A isto, devemos somar todas as fraturas, as tensões que falamos pouco (...) a relegação peri-urbana, os guetos, (...) um apartheid territorial, social, étnico, que foi imposto em nosso país", disse Manuel Valls.