Farc trocará armas por ação política se governo cumprir garantias

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia podem parar as atividades armadas e se transformar em partido político
Da AFP
Publicado em 07/02/2015 às 13:35


A guerrilha comunista das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se comprometeu neste sábado em Havana, capital cubana, a abandonar a atividade armada e se transformar em um partido político se o governo colombiano cumprir as reformas e garantias solicitadas.

"As Farc se comprometerão no que lhes couber a contribuir para a não repetição das causas que geraram o atual conflito armado de meio século", disse a guerrilha colombiana em um comunicado lido à imprensa pelo negociador Jesús Santrich no início das negociações de paz com o governo de Juan Manuel Santos.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) garantem "sua contribuição para o fim do confronto armado", "sua decisão de se transformar em um movimento político que impulsione as transformações estruturais" pretendidas e "a ativa participação na construção da memória e da verdade histórica, e de ações reparadoras".

Ao mesmo tempo, pedem ao governo uma série de ações imediatas para a não repetição de ações, entre elas um cessar-fogo bilateral, a suspensão de projetos de investimento mineradores-energéticos e o fim de medidas legislativas que sejam contrárias às negociações de paz.

Também exigem "reformas estruturais para a não repetição (de ações) e reconciliação nacional", a proscrição do anticomunismo, a desmilitarização da sociedade e a reforma das forças militares, assim como a depuração do aparato de segurança do Estado.

Outros pontos que pedem são a erradicação do paramilitarismo, garantias para o exercício político e a "formação da 'Comissão constitucional permanente de garantia, proteção e promoção dos direitos humanos e de prevenção de suas graves violações'".

"Serão fornecidas as condições necessárias de segurança pessoal e coletiva a líderes políticos e sociais, trabalhadores, camponeses, indígenas e afrodescendentes, a defensores dos direitos humanos, a suas múltiplas instituições e processos organizacionais, sejam eles partidos, movimentos, sindicatos, coletivos, associações ou que expressarem outras formas de organização social", concluíram.

Os representantes das Farc e da delegação do governo, liderada por Humberto de la Calle, estão discutindo atualmente o complexo tema da reparação às vítimas do conflito, depois de terem entrado em acordo sobre os primeiros três temas da agenda das negociações, iniciadas em novembro de 2012.

TAGS
política paz guerrilha cuba Havana
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory