O Conselho Superior do Audiovisual, órgão regulador da mídia francesa, informou nesta quinta-feira (12) que foram registradas 36 infrações cometidas pelos canais de TV na cobertura dos atentados em Paris, entre 7 e 9 de janeiro.
A agência fez 21 autuações e 15 notificações às empresas, cujos nomes não foram divulgados, por sete infrações à lei de meios de comunicação francesa.
Dentre elas, estão a divulgação dos vídeos do assassinato de um policial pelos irmãos Said e Chérif Kouachi, depois do ataque ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", e da invasão da polícia ao mercado kosher atacado por Amedy Coulibaly.
Os meios audiovisuais também divulgaram informações preliminares e não oficiais da polícia, que levaram à identificação dos dois terroristas, deram detalhes sobre as operações de busca e ainda acusaram um jovem de 18 anos que não tinha relação com o crime.
Criado em 1989, o conselho é uma instância vinculada ao Estado que regula o conteúdo dos meios de comunicação públicos e privados na França.
Dentre suas atribuições, está garantir a livre concorrência entre os canais, definir a classificação etária dos programas e impedir a discriminação e a incitação à violência.
Segundo o jornal "Le Monde", os meios de comunicação foram avisados sobre as punições em 15 de janeiro e consideraram contraditórias as justificativas apresentadas pelo órgão.