O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a adoção de medidas de emergência para acabar com o cerco sofrido pelos civis e com o uso de barris de explosivos no conflito. "Este conflito se transformou no 'problema de sempre'", afirma Ban em um relatório ao Conselho de Segurança.
No documento, o secretário-geral da ONU menciona cinco ações prioritárias, incluindo o fim dos cercos que bloqueiam 212.000 civis, a garantia de acesso a uma assistência médica e a reconstrução do sistema educacional.
Também pede aos 15 países membros do Conselho de Segurança que abordem o tema dos ataques com barris repletos de explosivos e projéteis contra civis, assim como acabar com o recurso de cercar cidades ou bairros como arma de guerra.
O relatório sobre a Síria é o 12º dirigido ao Conselho de Segurança, profundamente dividido sobre a guerra que provocou mais de 210.000 mortes e deixou 12 milhões de deslocados.
Em uma entrevista à BBC este mês, o presidente sírio, Bashar al-Assad, negou que o exército sírio utilize barris com explosivos. "Eu não ouvi sobre o exército usando barris ou talvez panelas de pressão", disse, com um sorriso ao final da frase.
"Temos bombas, mísseis e balas", completou. Assad também negou que as forças governamentais apontem deliberadamente contra os civis. "Quando você atira, você aponta, você aponta para os terroristas com o objetivo de proteger os civis", afirmou.
Quase 185.000 pessoas estão cercadas pelas forças sírias em Darayya e Yarmuk, enquanto os grupos rebeldes armados impedem que 26.500 pessoas tenham acesso a comida e a serviços básicos em Nabul e Zahra, segundo o relatório da ONU.
Ban fez um novo apelo para uma solução política. "Definir uma solução política implica decisões difíceis e compromissos para os quais cada um deve apresentar suas condições preliminares para que seja possível iniciar negociações", disse.
O Conselho de Segurança deve abordar o tema da situação humanitária na Síria na próxima semana.