O presidente uruguaio, José Mujica, disse nesta quarta-feira que parte da oposição venezuelana quer depor o chefe de Estado venezolano, Nicolás Maduro, e pediu ao país que "possa resolver suas contradições seguindo o rumo da Constituição".
"O dever solidário que se deve ter com qualquer país é se esforçar para que a Venezuela possa resolver suas contradições seguindo o caminho da Constituição que tem", disse Mujica a jornalistas.
Consultado sobre a recente prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, respondeu: "no geral nenhuma prisão me agrada".
Ele disse, ainda, que de qualquer forma "há uma parte da oposição (...) que quer que haja uma norma institucional (...) e há outra parte que quer que o governo abdique ou depô-lo agora. Naturalmente, nenhum governo se resigna a que o deponham assim e isto está provoca tensões".
Ele pediu, assim, para "tentar com que as tensões políticas possam encontrar uma norma institucional que nos parece ser o melhor porque qualquer outro é um experimento".
Ledezma foi detido pelos serviços de inteligência e posto em "prisão provisória" por supostos crimes de conspiração.
As declarações de Mujica foram feitas um dia depois de um policial assassinar um adolescente em um protesto em San Cristóbal (oeste da Venezuela).
Trata-se da primeira reação oficial do governo uruguaio à tensão política e social que se vive na Venezuela.