O Irã deve responder sem demora as alegações sobre as possíveis atividades nucleares militares que pode ter desenvolvido no passado, repetiu nesta segunda-feira a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), impaciente pela demora da República Islâmica.
"Este processo não pode continuar de maneira indefinida. Isso não pode ser algo interminável", declarou Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA, considerada o gendarme nuclear da ONU.
O Irã, que negocia há um ano com as grandes potências os detalhes de seu programa nuclear, se comprometeu de forma paralela a colaborar com a AIEA no que os especialistas chamaram de "uma possível dimensão militar" do programa iraniano no passado.
A agência da ONU pediu a Teerã que responda a alegações determinadas, formuladas em 2011, segundo as quais o Irã teria realizado pesquisas e trabalhos concretos no passado para se dotar de uma bomba atômica.
O Irã desmentiu estas acusações, fundamentadas, segundo o país, em falsos documentos, mas aceitou responder as perguntas da AIEA. O país deveria ter dado explicações sobre dois pontos até 25 de agosto de 2014, algo que ainda não fez.
A AIEA está "preparada para acelerar a resolução das questões pendentes", repetiu Amano nesta segunda-feira, mas isso exigirá "mais cooperação por parte do Irã".
O diretor-geral da AIEA se reuniu com funcionários de alto escalão iranianos em fevereiro. Na semana passada, o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Aragchi, prometeu que seu país iria cooperar com mais rapidez e força na investigação da agência das Nações Unidas.