O México afirmou nesta segunda-feira ante o Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra que a investigação sobre o desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa não foi encerrada.
"As investigações prosseguem e os detidos, cerca de 100, enfrentam atualmente acusações por diversos crimes, incluindo homicídio e desaparecimento forçado", disse o subsecretário mexicano para Assuntos Multilaterais e Direitos Humanos, Juan Manuel Gómez Robledo, em um discurso ao Conselho.
"O desaparecimento forçado dos estudantes de Ayotzinapa colocou em evidência que devemos seguir atendendo os problemas associados à pobreza, à exclusão e à corrupção, para enfrentar o crime organizado e a violência que o acompanha, assim como fortalecer as capacidades do Estado em matéria de segurança e justiça", sustentou.
O subsecretário pediu ao organismo da ONU "o reconhecimento dos avanços e a confiança de que seguiremos pelo caminho que traçamos", e criticou as "vozes que coloquem em xeque as bondades de um sistema que, para alguns, parece perseguir fins diferentes dos que inspiraram sua criação".
No mês passado, o Comitê da ONU contra os Desaparecimentos Forçados criticou a prática generalizada dos desaparecimentos no México, e na próxima semana debaterá um relatório do relator contra a tortura, Juan Méndez, que sustenta que "a tortura é generalizada no México".