O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (4) que o assassinato de seu rival político Boris Nemtsov foi politicamente motivado e representa uma vergonha para o país.
Nemtsov foi morto com quatro tiros nas costas na última sexta (27) no centro de Moscou, a poucos metros do Kremlin, sede do governo russo. As autoridades russas ainda buscam suspeitos de envolvimento do crime, cuja motivação ainda é desconhecida.
Em discurso no Ministério do Interior, Putin condenou o crime e pediu a seus comandados que deem "a atenção mais séria" aos grandes crimes, em especial aos politicamente motivados, caso no qual Putin incluiu a morte de Nemtsov.
"Nós precisamos livrar a Rússia da vergonha e da tragédia desse tipo de crimes que recentemente vimos e tivemos experiência: falo do audacioso assassinato de Boris Nemtsov bem aqui no centro da cidade" disse.
O líder russo ainda pediu melhora na investigação dos crimes no país e condenou o aumento de 15% na ocorrência de delitos com motivação extremista, fazendo uma referência ao conflito na vizinha Ucrânia.
"Os extremistas ferem a sociedade com o veneno do nacionalismo beligerante, a intolerância e a agressão. O que isso pode provocar, vemos claramente no exemplo da vizinha Ucrânia".
O governo de Putin é acusado pelos opositores de provocar o radicalismo que, segundo eles, levou a que Nemtsov fosse morto. O ex-premiê de Boris Ielstin era um dos principais críticos ao líder russo, em especial pela corrupção e por sua ação na Ucrânia.
O Kremlin nega qualquer envolvimento no crime, dizendo que o assassinato foi uma provocação para aumentar o descrédito a Putin e fortalecer seus oponentes. Ninguém foi preso até o momento.
As autoridades ofereceram recompensa de 3 milhões de rublos (R$ 146 mil) para quem der informações sobre os suspeitos. Nesta quarta, investigadores disseram que vários acusados foram identificados, mas as autoridades não deram mais detalhes.