A piloto militar ucraniana Nadia Savtchenko, em greve de fome há 84 dias em protesto contra a sua detenção na Rússia, decidiu acabar com a greve, declarou nesta sexta-feira à AFP seu advogado Mark Feïguine.
Nadia Savtchenko, de 33 anos, "tomou esta decisão porque chegou ao final de suas forças, tendo fortes quedas de pressão, convulsões, ao ponto de desmaiar", indicou Feïguine.
"Sua saúde não permite que se alimente normalmente", então por enquanto, será alimentada "com sucos de frutas e polpas", acrescentou.
"Eu estou muito feliz que Nadia tem seguido o meu conselho e suspendido a greve de fome de modo a não dar o gosto de sua morte a seus inimigos", escreveu o advogado em seu Twitter.
Savchenko precisou escolher entre a "alimentação forçada" no hospital, a qual seria submetida nos próximos dias a pedido dos médicos, e a suspensão da greve de fome, declarou, por sua vez, outro advogado da piloto, Nikolai Polozov.
Na quarta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, havia expressado preocupação com a saúde de Savchenko.
A piloto "corre risco de morte", disse Mogherini, que reiterou o seu apelo às autoridades russas a libertá-la "com urgência" por "razões humanitárias".
Savchenko, detida no início de julho na Rússia segundo Moscou - os ucranianos afirmam que os separatistas pró-russos a capturaram e entregaram aos russos - é acusada de "assassinato premeditado" de dois russos no leste da Ucrânia em meados de junho.
A justiça russa diz que a piloto informou ao exército ucraniano a posição dos dois jornalistas mortos por um morteiro. De acordo com os investigadores, ela pode ser condenada à morte ou a prisão perpétua.
Sua prisão provocou grande comoção na Ucrânia, onde foi simbolicamente eleita deputada em outubro à frente da lista do partido Pátria, da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.
A piloto perdeu 21 quilos desde que começou sua greve de fome.