O líder do grupo jihadista nigeriano Boko Haram, Abubakar Shekau, jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI), revela uma mensagem de áudio divulgada neste sábado (7).
"Anunciamos nossa lealdade ao califa dos muçulmanos, Ibrahim", diz uma voz na mensagem, em referência ao líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi.
O áudio, cuja voz pode ser do próprio Shekau, foi divulgado no Twitter do Boko Haram.
Shekau se identifica na gravação, falada em árabe mas com legendas em francês e inglês.
O áudio não é acompanhado por uma imagem de Shekau, como ocorre em mensagens precedentes divulgadas pelo grupo islâmico.
Nos últimos meses surgiram sinais de aproximação entre o grupo nigeriano e o Estado Islâmico, especialmente em relação a transmissão dos comunicados.
Neste sábado, três explosões deixaram 58 mortos e 139 feridos na cidade de Maiduguri, antigo reduto do Boko Haram no nordeste da Nigéria,
Ao menos uma das explosões foi provocada por um homem-bomba. Muitas crianças estão entre as vítimas desses ataques atribuídos ao grupo jihadista, que atingiram dois mercados e uma rodoviária lotada.
No primeiro ataque, um homem-bomba detonou seus explosivos no mercado de peixe de Baga às 11h20 (7h20 de Brasília), matando ao menos 18 pessoas, segundo Abubakar Gamandai, chefe de um sindicato de pescadores do estado de Borno.
"A bomba fez muitas vítimas porque foi detonada em um local que estava lotado de gente", declarou um comerciante, Jamuna Jarmi.
Uma hora depois, um outro ataque atingiu outro mercado de Maiduguri, o "Monday market", fazendo aos menos 15 mortos e semeando o caos.
Por fim, por volta das 13H00 (9H00 de Brasília), uma terceira explosão atingiu um estacionamento localizada ao lado de uma rodoviária muito movimentada.
O Exército nigeriano, muito criticado por não ter sido capaz de conter a insurgência islâmica no nordeste da Nigéria, anunciou que retomou uma série de cidades das mãos do Boko Haram nas últimas semanas, com o auxílio de soldados de países vizinhos (especialmente Chade, Camarões e Níger) e de alguns militares ocidentais (França, Canadá, Estados Unidos...) posicionados na fronteira norte da Nigéria.
A partir de 2009, a revolta islâmica do Boko Haram e a reação do Exército nigeriano deixaram mais de 13 mil mortos.