Florence Arthaud, morta na segunda-feira na Argentina no acidentes envolvendo dois helicópteros, tinha acabado de escrever um livro de memórias que será lançado em 19 de março, indicou nesta terça-feira a editora Arthaud.
"Eu quero doar. Eu quero ajudar aqueles que, como eu, sonham com aventuras, de fazer de suas vidas seu sonho. Eu quero dedicar-me às mulheres que desejem navegar", escreveu a navegadora neste livro "Cette nuit la mer est noire" (Esta noite o mar é negro, em tradução livre).
Primeira e única mulher a vencedor a Route du Rhum em 1990, Florence Arthaud, de 57 anos, era filha de Jacques Arthaud, diretor da editora de mesmo nome.
"Florence Arthaud, mulher livre, aventureira capaz no mar e em terra de toda a coragem, encarna o espírito da casa Arthaud", declarou a editora em um comunicado, observando que "ela havia escolhido dedicar seu livro para seu pai, falecido em 26 de novembro".
"Obrigada pai por me fazer conhecer pessoas formidáveis, todos esses gigantes do mar, essas belas almas cujo destino fazem empalidecer os padrões normais de vida", escreveu Florence Arthaud em seu livro.
"Pai, você me mostrou que poderíamos voltar vivos de uma ilha deserta", acrescentou a navegadora. "Foi você quem me deu esse desejo de esperança e liberdade, este gosto pelo mar aberto. Obrigada por me dar a força para partir e ser livre."
Mulher engajada, Florence Arthaud aparece nesta terça-feira como uma das signatários de um artigo publicado pelo jornal Libération em favor da igualdade de gênero.