Grupos de supostos terroristas que se aliaram ao Estado Islâmico e voltaram à China foram detidos no país asiático, afirmou hoje (10) o líder máximo da região autônoma chinesa de Xinjiang, Zhang Chunxian.
Zhang Chunxian, secretário do Partido Comunista chinês na região, onde foram registrados vários atentados que o governo atribui a grupos jihadistas, declarou que “há extremistas em Xinjiang que se uniram ao Estado Islâmico”. A declaração foi feita durante a reunião anual da Assembleia Nacional Popular.
“Xinjiang não pode dissociar-se deste assunto, também nos afeta”, destacou o líder da província, sem divulgar dados sobre o número ou identidade dos detidos.
É a primeira vez que a China informa sobre detenções relacionadas ao Estado Islâmico, apesar de, em ocasiões anteriores, ter indicado que alguns de seus cidadãos estavam tentando sair do país, especialmente através do Sudeste Asiático, com destino ao Oriente Médio para se juntarem às fileiras da organização extremista.
Em dezembro, o jornal oficial Global Times revelou que cerca de 300 chineses combatiam nas fileiras do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
No mês passado, o mesmo diário indicou que a organização assassinou três deles, de etnia uigur, por tentarem desertar do grupo.
Dezenas de pessoas morreram no ano passado em vários atentados em solo chinês. O país atribui as mortes a movimentos jihadistas, apesar de, até o momento, não ter apontado diretamente a influência do Estado Islâmico.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse em coletiva de imprensa, no domingo (8), que o terrorismo é um "flagelo da humanidade".
A região autônoma de Xinjiang tem certca de dez milhões de uigures, muçulmanos contrários ao governo chinês. As autoridades do país acusam grupos radicais uigures de serem responsáveis por ataques terroristas cometidos nos últimos meses na região.
Grupos de defesa dos direitos humanos consideraram que a política repressiva da China relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões em Xinjiang.