Surge no Iraque a primeira brigada cristã para combater o EI

Esta nova brigada ficará sob o comando do governo da região autônoma iraquiana do Curdistão
Da AFP
Publicado em 12/03/2015 às 18:09
Esta nova brigada ficará sob o comando do governo da região autônoma iraquiana do Curdistão Foto: Foto: AL-FURQAN / MEDIA / AFP


A primeira brigada de forças regulares iraquianas, compostas unicamente por combatentes cristãos, foi criada oficialmente nesta quinta-feira, com a tarefa de retomar as cidades e localidades cristãs das mãos dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Esta nova brigada ficará sob o comando do governo da região autônoma iraquiana do Curdistão, cujas forças de segurança, os peshmergas, desempenham um papel essencial no combate ao EI.

Os novos soldados marcharam e saltaram sobre pneus em chamas diante de uma fileira de autoridades curdas e assírias em Fishkabur, no nordeste do Iraque, perto da fronteira turca e síria, constatou a AFP.

A grande maioria dos cristãos iraquianos vivia na planície de Nínive, uma região que se estende da capital do Curdistão iraquiano, Erbil, até Mossul, segunda cidade do Iraque, tomada pelo EI em junho, mas o avanço dos jihadistas em agosto fez fugirem dezenas de milhares deles.

"Uns 600 irmãos cristãos da planície de Nínive participaram da formação, que consistia principalmente de um treinamento físico, cursos de arte militar e exercícios de tiro", explicou o comandante da academia militar, general Abu Baker Ismail. "Todos os participantes são voluntários, querem libertar sua terra dos jihadistas e depois protegê-la".

Esta nova brigada, denominada "os Guardiães do Tigre", foi fundada com base no que sobrou de uma força assíria criada em 2004 para proteger as igrejas da região.

Os cristãos do Iraque nunca tinham formado milícias e, após a invasão americana de 2003, adotaram um perfil discreto em um momento em que o país mergulhava na violência sectária ou deixaram o país.

Mas aqueles que ficaram decidiram tomar as armas nos últimos meses. Várias milícias cristãos se formaram assim e, embora não respondam ao comando militar dos peshmergas, são apoiados pelas autoridades do Curdistão.

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