A representante do Unicef na Síria chamou nesta sexta-feira os líderes políticos a "empreender um diálogo" com o grupo Estado Islâmico (EI) para fazer com que os trabalhadores humanitários tenham acesso às zonas sob controle dos jihadistas.
"Não falamos diretamente com o Estado Islâmico. Eles também não querem falar conosco (...) Até agora rejeitaram falar com a ONU", declarou Hanna Singer durante um encontro com a imprensa em Genebra.
"Mas isso não é apenas responsabilidade das agências humanitárias. As partes políticas têm a responsabilidade de discutir para exercer pressão e iniciar um diálogo", acrescentou.
"Dito isso, estamos constantemente tentando acessar" as pessoas em dificuldade "através de diferentes parceiros", disse.
Cerca de 5,6 milhões de crianças sofrem com o conflito que assola a Síria desde março de 2011, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para a agência das ONU, até dois milhões de crianças vivem em áreas que não têm acesso à ajuda humanitária, e cerca de 2,6 milhões não estão na escola.
O conflito sírio se iniciou em 15 de março de 2011 com manifestações pacíficas que foram violentamente reprimidas, desencadeando uma guerra civil que deixou mais de 210.000 mortos, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha.
O conflito se tornou mais complexo em 2014 com o avanço dos jihadistas do EI, que controlam várias regiões.