Cerca de 6 milhões de bolivianos elegerão nove governadores neste domingo e mais de 4.000 autoridades municipais, num processo em que o presidente Evo Morales enfrenta um duro teste contra a possível perda de La Paz e El Alto, seus principais redutos eleitorais.
A eleição ocorrerá durante oito horas seguidas e foi iniciada às 9h (Brasília) pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Wilma Velasco, em uma cerimônia pública.
"Vamos escolher (entre 16.000 candidatos) autoridades políticas departamentais, regionais, municipais para a gestão de 2015-2020, entre eles membros do legislativo eleitos por sufrágio universal (e também) representantes dos povos indígenas camponeses", disse ela durante o discurso inaugural.
Os governadores e membros do legislativo eleitos serão responsáveis pela elaboração das constituições departamentais de um demorado processo de autonomia regional e os prefeitos e vereadores de desenvolver constituições municipais.
O processo eleitoral também coloca o presidente Morales e seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS, esquerda) frente às eleições regionais e locais mais complicadas de seus nove anos de mandato.
Em decorrência de divisões internas e do desenvolvimento de líderes da oposição regionais, Morales e o MAS poderiam perder regiões-chave - como o governado e a prefeitura de La Paz e o governo municipal de El Alto - atualmente nas mãos de uma descendente aymará, Soledad Chapetón.
O resultado, entretanto, não afeta a estabilidade do Morales, reeleito com 61 % dos votos no ano passado para um terceiro mandato de cinco anos, nem seu controle do Parlamento, o que garante sua governabilidade.
Os primeiros resultados definitivos das eleições regionais só serão anunciados no prazo de 15 dias, mas a imprensa costuma divulgar resultados preliminares após as 21h.