Senado chileno protesta contra atitude de ministro boliviano que foi demitido

Até agora, o Chile contabiliza 23 mortos e 57 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram a região seca do deserto do Atacama
Da Folhapress
Publicado em 01/04/2015 às 18:27
Até agora, o Chile contabiliza 23 mortos e 57 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram a região seca do deserto do Atacama Foto: Foto: David Lillo / Ministério da Saúde/ Chile 30/03/2015


O Senado chileno aprovou nesta quarta-feira (1º) um protesto formal contra a Bolívia e o ex-ministro Jorge Ledezma, que foi demitido na terça (31) por Evo Morales após se envolver em uma polêmica no norte do Chile.

Afetado por uma grande inundação nos últimos dias, o norte do Chile recebeu ajuda humanitária da Bolívia, que ofereceu água potável às vítimas das enchentes.

Na terça, Ledezma, que até então era o ministro da Defesa da Bolívia, foi ao norte do Chile com um carregamento de 13 mil litros de água para distribuir aos afetados pelas chuvas.

Ele trazia, porém, na lapela de sua jaqueta, um broche com a inscrição: "O mar é da Bolívia".

A frase é parte de uma campanha boliviana para a recuperação do acesso do país ao oceano Pacífico.

Logo após o incidente, Evo Morales decidiu demitir Ledezma do cargo, afirmando que não era adequado misturar uma desavença política com ajuda humanitária.

Para o seu lugar, o presidente boliviano indicou o ex-candidato à Prefeitura de Santa Cruz Reymi Ferreira.

Desde o século passado a Bolívia tenta recuperar com o Chile o seu acesso ao mar, perdido no final do século 19, durante a Guerra do Pacífico.

Recentemente, o país reclamou no Tribunal Internacional de Haia o restabelecimento de seu acesso ao mar. A queixa deixou tensa a relação entre os dois países.

As chuvas desta semana atingiram a população que mora exatamente nessa área em disputa.

O agora ex-ministro Ledezma desculpou-se pelo incidente e afirmou que não teve o intuito de ofender os chilenos.

"Isso se transformou em um grande problema, mas nunca foi minha intenção insinuar provocação alguma. Este é um jaleco institucional que os ministros da Defesa usam como uniforme", afirmou ele nesta quarta em cerimônia no Ministério da Defesa.

Até agora, o Chile contabiliza 23 mortos e 57 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram a região seca do deserto do Atacama.

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