Autoridade alemã de supervisão ignorava depressão de copiloto que causou acidente

O órgão de supervisão de transporte aéreo afirma que não recebeu nenhuma informação sobre o histórico médico de Andreas Lubitz
Da AFP
Publicado em 05/04/2015 às 11:36


A Autoridade alemã de Supervisão do Transporte Aéreo (LBA), que emite os brevês de voo aos pilotos, declarou neste domingo (5) que não foi informada sobre a depressão do copiloto Andreas Lubitz, suspeito de ter causado o acidente com o Airbus da Germanwings nos Alpes franceses.

Um porta-voz da LBA disse à AFP que a Lufthansa, proprietária da Germanwings, não lhes  enviou "nenhuma informação sobre o histórico médico" de Andreas Lubitz.

Os médicos da Lufthansa, que examinaram Lubitz, não alertaram as autoridades sobre a "fase de depressão grave", ressaltou o porta-voz, confirmando informações fornecidas pelo jornal alemão Welt am Sonntag.

A LBA só teve acesso ao dossiê médico de Andreas Lubitz em 27 de março, três dias após o acidente, acrescentou.

De acordo com Welt am Sonntag, Andreas Lubitz foi examinado pelo menos seis vezes por médicos da Lufthansa a partir de 2009.

Foi durante este ano que Andreas Lubitz informou a escola de pilotagem da empresa, quando ele retomou a sua formação após uma longa ausência médica, ter passado por uma "depressão grave", reconheceu a companhia aérea na semana passada.

Um único exame psicológico foi realizado em 2009, e nenhum outro depois, afirma o jornal.

A Lufthansa não quis comentar essas informações, em razão da investigação em curso sobre as circunstâncias do acidente.

A Promotoria de Düsseldorf havia dito na semana passada que Lubitz "fez tratamento psicoterápico para tendências suicidas alguns anos" antes de obter sua licença de piloto.

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