Três homens que espancaram e estupraram Liz, uma adolescente queniana de 16 anos deixada morta em uma fossa séptica, foram condenados nesta segunda-feira a 15 anos de prisão no Quênia, anunciou uma advogada da vítima.
O caso provocou um escândalo no Quênia depois que a imprensa revelou que a polícia havia libertado três dos seis supostos estupradores depois de pedir apenas que capinassem os arredores da delegacia.
"Está claro que esta condenação terá repercussões positivas em todo o Quênia e na região" da África oriental, declarou em um comunicado Kimberly Brown, advogada da ONG Equality Now, que apoiava a vítima.
"O fato de que o caso de 'Liz' - um pseudônimo - (...) tenha precisado superar grandes obstáculos, apesar do forte apoio nacional e mundial, ilustra as injustiças sofridas pelas vítimas" deste tipo de agressões, acrescentou.
O julgamento começou em junho de 2014, um ano depois da brutal agressão contra a adolescente, com apenas um dos acusados no banco dos réus, já que os outros cinco estavam foragidos.
A polícia deteve posteriormente outros dois supostos culpados, mas não se sabe o paradeiro dos últimos três acusados.
Em junho de 2013 os seis homens atacaram, espancaram e estupraram a adolescente, que tinha 16 anos, antes de deixá-la inconsciente em uma fossa séptica.
A promotoria não abriu diligências até fevereiro de 2014, enquanto crescia o escândalo no Quênia e mais de 1,8 milhão de pessoas no mundo assinavam uma petição para conseguir justiça para Liz.
"O Quênia se orgulha de ter um marco legal e político entre os mais progressistas para atuar ante a violência sexual, mas o caso de Liz e de muitos outros mostraram graves deficiências por parte das autoridades locais (...)", afirmou Brown.