O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou nesta quarta-feira (15) a retomada dos bombardeios às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), depois que a guerrilha fez um ataque que matou 11 militares no interior do país.
O ataque, ocorrido na noite de terça (14) na localidade de Timba, no departamento de Cauca, pôs fim ao cessar-fogo unilateral da guerrilha e pode prejudicar as negociações de paz com o governo colombiano, iniciadas em 2012.
Em discurso na base aérea de Cáli, o presidente disse que, com os ataques, a guerrilha não vai conseguir pressioná-lo a aceitar o cessar-fogo bilateral, que é exigido pelas Farc desde o início do diálogo em Cuba.
"Aos autores deste fato infame, vamos persegui-los. A vocês, comandantes [militares], ordenei todas as medidas necessárias para proteger a população civil e as tropas", disse.
"Expressamos nossa mais profunda solidariedade aos parentes dos soldados que deram a vida na defesa da pátria. O incidente foi produto de um ataque deliberado e viola a promessa da trégua unilateral".
Nesta quarta, o Exército elevou para 11 o número de mortos na ação. De acordo com o comandante da Terceira Divisão, Mario Valencia, os soldados foram atacados com explosivos, granadas e armas de fogo pela coluna Miller Perdomo das Farc.
Farc
O ataque não foi reivindicado pela guerrilha, mas um dos negociadores de paz, Félix Antonio Muñoz Lascarro, conhecido como Pastor Alape, disse que a ação se deve "à incoerência do governo que faz operações militares contra uma guerrilha em trégua".
"O cessar-fogo bilateral é urgente. Seja emboscada, contraemboscada, atentado...o que importa é que há colombianos mortos, isso é o que temos que parar. Isso não se explica em meio a um processo de paz, a um cessar-fogo unilateral."
Não é a primeira vez que os militares são atacados nas proximidades de Timba neste ano. Em 20 de março, um soldado morreu e três ficaram feridos em um campo minado no vilarejo de Patio Bonito.