O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta quinta-feira (23), em Bruxelas, que Londres disponibilizará navios e helicópteros para monitorarem o Mar Mediterrâneo, na condição de os imigrantes resgatados não terem automaticamente direito a pedir asilo no Reino Unido.
Ao chegar à Cúpula Extraordinária sobre Imigração, da União Europeia, Cameron disse que, "como sempre, o Reino Unido vai ajudar" não só a "salvar vidas" como também a combater os traficantes e a estabilizar a região para prevenir novas tragédias como o naufrágio de uma embarcação, no último fim de semana, que causou a morte de cerca de 900 imigrantes.
"Como o país da Europa com maior orçamento de Defesa podemos dar uma contribuição vultuosa. O que vou oferecer hoje é o navio da marinha real HMS Bulwark e três helicópteros e dois outros navios de patrulhamento", disse o primeiro-britânico.
Cameron acrescentou que a oferta está "naturalmente sujeita a condições", entre as quais que os imigrantes resgatados "sejam levados para o país seguro mais próximo, que será muito provavelmente a Itália", e não tenham automaticamente direito a pedir asilo ao Reino Unido.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou para a maior solidariedade entre os Estados-membros para lidar com essa situação dramática dos imigrantes ilegais no Mediterrâneo, descartando que seja encontrada nesta quinta-feira uma solução europeia.
Para Tusk, um dos temas mais difíceis na agenda é o do "reforço da solidariedade europeia e da responsabilidade comum". "Temos que debater assuntos complicados com a instalação, acolhimento e políticas de asilo, o sacrifício de interesses nacionais em nome de um bem comum", disse, acrescentando que "é uma questão europeia e não apenas um problema dos países do Sul da Europa".
Ele acrescentou que os líderes europeus têm a responsabilidade comum de resolver o problema e pediu à cúpula de hoje que mobilize todos os esforços. "Salvar vidas é a prioridade, mas não passa só por resgatar pessoas do mar, mas também pelo combate aos contrabandistas e pela prevenção de fluxos de imigração ilegal, desmantelando as redes de contrabando de pessoas e destruindo os seus modelos de negócio", salientou.