União Europeia rejeita pena de morte na Indonésia como 'resposta ao narcotráfico'

UE considerou que a medida "não é uma resposta ao narcotráfico"
AFP
Publicado em 23/04/2015 às 20:56
UE considerou que a medida "não é uma resposta ao narcotráfico" Foto: Foto: Kementerian Sekretariat Negara/ Republik Indonesia


A União Europeia (UE) reafirmou nesta quinta-feira (23) sua oposição à pena de morte na Indonésia para traficantes de drogas, ao considerar que a medida "não é uma resposta ao narcotráfico", informou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no momento em que Jacarta prepara dez novas execuções.

"A União Europeia se opõe totalmente à pena de morte. Não pode ser uma resposta ao narcotráfico. Me refiro ao francês Serge Atlaoui, que foi condenado pelas autoridades indonésias", disse Tusk.

Atlaoui, 51 anos, é um dos estrangeiros condenados à morte, ao lado do brasileiro Rodrigo Gularte, 42.

"Até o último momento, devemos fazer todo o possível para que esta execução não se realize", disse o presidente francês, François Hollande.

A promotoria da Indonésia anunciou nesta quinta-feira que determinou a preparação das execuções de dez condenados por tráfico de drogas, entre eles Atlaoui e Rodrigo Gularte, mas não divulgou a data prevista para o fuzilamento.

O pelotão de fuzilamento executará ao mesmo tempo os 10 condenados, que receberão o aviso de morte 72 horas antes.

Na terça-feira, o Supremo Tribunal da Indonésia rejeitou o último recurso de apelação de Atlaoui, que pedia a revisão de seu caso.

Rodrigo Gularte havia apresentado um pedido de indulto ao presidente indonésio, Joko Widodo,que também foi negado.

Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff negou-se a aceitar as cartas credenciais do novo embaixador da Indonésia devido à execução por fuzilamento do também brasileiro Marco Archer, em 18 de janeiro.

Na ocasião, junto ao brasileiro foram executados na Indonésia cinco condenados à morte, entre eles quatro estrangeiros.

Depois de ter vencido as eleições e assumido o cargo em outubro passado, uma das primeiras decisões do presidente Joko Widodo foi rejeitar todos os pedidos de indulto dos condenados à morte por tráfico de drogas.

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