As Filipinas acusaram neste domingo (26) Pequim de estar prestes a assumir "o controle de fato" do Mar da China Meridional, e convocou outros países do sudeste asiático a "finalmente se mobilizar" contra seu poderoso vizinho.
Vietnã, Malásia, Filipinas e o sultanato de Brunei reivindicam a soberania sobre partes do estratégico Mar da China Meridional, mas Pequim reivindica quase todas as áreas e mostra sua força, o que levantou preocupações na região e além.
"(A China) está prestes a consolidar o controle de fato do Mar da China Meridional", declarou o ministro filipino das Relações Exteriores, Albert del Rosario, a seus colegas do sudeste asiático durante uma reunião anual da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Kuala Lumpur.
"Os problemas criados por estas reivindicações são reais e não podem ser ignorados ou negados", disse ele, de acordo com uma transcrição de suas declarações, advertindo sobre implicações geopolíticas "urgentes e substanciais".
Manila havia denunciado no início desta semana a agressividade da China no Mar da China Meridional e o presidente das Filipinas afirmou à AFP em 14 de abril que as reivindicações de Pequim devem despertar "medo" do mundo.
As imagens de satélite publicadas por um laboratório de ideias americano revelaram recentemente que a China tem realizado terraplanagem em recifes de corais. Essas imagens também mostraram operações significativas de extensão de uma ilhota e de acondicionamento em portos artificiais sobre os arrecifes das ilhas Spratleys.
A China reivindica a soberania sobre a maior parte do Mar da China Meridional, incluindo zonas marítimas próximas das costas de outros países asiáticos.
Trata-se de uma rota marítima de extrema importância para o abastecimento da região. Este mar também pode abrigar grandes reservas de petróleo e gás.
Pequim baseia sua reivindicação em mapas que remontam à década de 1940.
As Spratleys são disputadas por vários países, incluindo Filipinas, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan há décadas.