Marcelo França, 28, desembarcava com a namorada e os pais no aeroporto de Katmandu quando começou o terremoto de magnitude 7,8 que deixou mais 6.000 mortos no Nepal no último sábado (25).
"Havia dez minutos que tínhamos descido do avião. Nos primeiros segundos achei que fosse um avião decolando ou pousando. Demorei um pouco para perceber que era um terremoto", disse.
À reportagem, ele afirma ter visto cenas de caos, com pessoas correndo e gritando no momento do tremor.
"Quando o primeiro tremor parou, fomos para uma área externa ao lado da pista de pouso. Ficamos lá pelo menos uma hora até que liberam a passagem por dentro", adiciona.
Depois do terremoto, eles deixaram o aeroporto e foram ao hotel onde tinham reserva, que sofreu poucos danos com o abalo. "Fiquei sabendo de turistas que chegaram e souberam que seus hotéis não tinham condição de recebe-los", diz.
Mesmo com os poucos danos ao prédio, os brasileiros tiveram que passar duas noites em uma área externa, sem luz, água e telefone, devido às réplicas que atingiram o país asiático depois do primeiro tremor.
"Foi horrível. O pessoal do hotel e da agência de turismo nos ajudou bastante e os outros hóspedes. Somos imensamente gratos."
França se diz aliviado por voltar ao Brasil, mas também triste. "Tristes pelos que estão sofrendo e por não termos conhecido o país direito. Foram três dias de tensão", conclui. Antes de chegar ao Nepal, a família havia passado 15 dias na China e pretendia viajar ao Butão. Depois da tragédia, a terceira parte da viagem foi cancelada.