O presidente israelense, Reuven Rivlin, admitiu nesta segunda-feira que Israel cometeu "erros" no tratamento à comunidade etíope judaica e descreveu o sofrimento das vítimas como uma "ferida aberta".
"Nós cometemos erros. Não olhamos, não escutamos o suficiente", afirma em um comunicado, depois que milhares de israelenses de origem etíope saíram às ruas no domingo para denunciar a brutalidade policial e a discriminação.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reunirá nesta segunda-feira com representantes da comunidade de origem etíope para tentar acalmar os ânimos, depois dos confrontos de domingo.
Milhares de israelenses de origem etíope enfrentaram a polícia durante o protesto de domingo em Tel Aviv, no segundo episódio violento em quatro dias. A polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, enquanto os manifestantes jogaram pedras, garrafas e cadeiras.
A força de segurança anunciou que 43 manifestantes foram detidos e 19 deles serão apresentados a um juiz nesta segunda-feira, acusados de danos ao patrimônio e ataques contra a polícia.
De acordo com a polícia, 56 agentes e 12 manifestantes ficaram feridos. A manifestação foi convocada em protesto por um vídeo que mostra dois policiais agredindo um soldado israelense de origem etíope.
Muitos israelenses de outras origens participaram da marcha, gritando palavras de ordem, como "um policial violento deve ir para a prisão" e "pedimos igualdade de direitos".
Em Israel vivem mais de 135.000 judeus etíopes, que emigraram em duas ondas, a primeira em 1984 e a segunda em 1991.