O uso da cadeia nacional de televisão e rádio pela presidente Cristina Kirchner, que em pouco mais de cinco meses já fez 19 pronunciamentos, foi alvo de uma denuncia da Fundação Led, entidade que defende a liberdade de expressão.
Segundo o jornal "Clarín", a presidente da fundação, Silvana Giudici, e o representante da oposição no conselho da Afsca (Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual), Gerardo Milman, entraram na Justiça contra a presidente nesta quinta (21), por uso indevido da rede nacional.
Para os acusadores, Cristina estaria violando a lei de comunicação audiovisual e impedindo os meios de comunicação de exibirem livremente sua programação.
Além disso, conforme a acusação reproduzida pelo "Clarín", a presidente usaria os pronunciamentos em cadeia nacional para "realizar atos de proselitismo político, exibindo candidatos da Frente para a Vitória [partido de Cristina] enquanto os demais devem se ajustar às restrições previstas na lei".
CENTRO CULTURAL
Nesta quinta (21), a presidente Cristina Kirchner inaugurou o Centro Cultural Néstor Kirchner, uma obra gigantesca que, segundo estimativas, consumiu mais de 2 bilhões de pesos (cerca de R$ 500 milhões) e levou seis anos para ficar pronta. O orçamento inicial era de pouco mais de 900 milhões.
"Inauguramos o maior centro cultural da América Latina. Em si mesmo, o edifício é uma obra de arte", afirmou Cristina.
O edifício é uma remodelação do antigo Palácio dos Correios e Telégrafos, que é tombado e fica atrás da Casa Rosada, com mais de 100 mil m².
O grandioso edifício tem sala de concertos com capacidade para 1.750 espectadores (chamada de "Baleia Azul") e salas para exposições e escritórios.
"Remodelamos o edifício, o que é bem mais difícil do que construir um novo, e o fizemos em seis anos, o que é um tempo recorde", afirmou a presidente, quase justificando-se.
A cúpula do edifício tem 2.300 m², com lâmpadas que podem reproduzir bandeiras de vários países. Do alto, também será possível ter uma vista privilegiada da capital argentina.
Na inauguração, a presidente criticou o nome da estrutura interna que sustenta as novas instalações, chamada de "jaula". "Eu não gosto de jaula, prefiro colmeia", disse a presidente.
Cristina aproveitou para falar também de política em seu discurso, novamente transmitido em rede nacional de televisão.
"Algum dia vamos poder construir nossos sonhos também na cidade de Buenos Aires", afirmou. A capital é reduto político da oposição.