A empresa russa Gazprom confirmou nesta quarta-feira a interrupção do fornecimento de gás à Ucrânia, depois do anúncio da véspera de Kiev sobre a suspensão da compra de gás da Rússia após o fracasso das negociações sobre os preços.
"A Ucrânia não pagou pelo fornecimento de gás para julho. A partir das 10 da manhã de 1 de julho, o fornecimento de gás da Gazprom para a Ucrânia foi cortado. A Gazprom não entregará mais gás à Ucrânia - independente do preço - sem o pagamento antecipado", afirma em um comunicado o presidente da Gazprom, Alexei Miller.
O corte do fornecimento não deve ameaçar a entrega de gás russo à União Europeia - metade do gás para o bloco passa pelo território ucraniano. A empresa pública ucraniana Naftogaz prometeu na terça-feira que garantiria o trânsito do gás russo para os demais clientes europeus.
A Comissão Europeia também garantiu que o fornecimento não será afetado no próximo inverno, apesar da crise entre Ucrânia e Rússia.
Segundo o comissário europeu de Energia, Maros Sefkovic, o fornecimento "não está em perigo" porque as reservas atuais de gás da Ucrânia podem ser complementadas com outros fornecedores diferentes da russa Gazprom.
"Há um compromisso claro de ucranianos e russos para que o trânsito até a Europa continue de maneira fluente e ininterrupta", afirmou Sefkovic.
O acordo sobre o fornecimento de gás russo à Ucrânia expirou na terça-feira, sem um consenso a respeito dos preços com a Gazprom nas negociações celebradas em Viena. A Gazprom e a Naftogaz têm problemas nas negociações desde que um governo pró-Ocidente chegou ao poder em Kiev em 2014, situação complicada pelo conflito no leste ucraniano, controlado por separatistas pró-Rússia.