O governo grego entregou ao Eurogrupo (países que adotam o euro como moeda), ao fim da tarde desta quinta-feira (9), as propostas de reformas para obter um terceiro programa de resgate financeiro e permanecer na zona do euro.
Em uma rede social, Michel Reijns, porta-voz de Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças da Holanda e presidente do Eurogrupo, anunciou a entrega do documento dentro do prazo definido pelos líderes da zona do euro, que acabaria às 23h de hoje (18h no horário de Brasília).
“As novas propostas gregas foram recebidas pelo presidente de Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. É importante que as instituições [credores] as tenham em conta na sua avaliação", informou Reijns na sua conta na rede social Twitter.
Mais cedo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) tinha indicado que não poderia adiar o prazo de pagamento dado à Grécia. Segundo o economista-chefe da instituição, Olivier Blanchard, o adiamento infringiria as regras aplicáveis aos países que descumpriram o pagamento de dívidas com o fundo.
“Quando um país atrasa os pagamentos, não podemos conceder empréstimos de qualquer forma, ou por nenhum meio; e uma restituição é uma forma de empréstimo”, declarou Blanchard ao apresentar as novas previsões econômicas do FMI. A Grécia ficou privada dos empréstimos do FMI, desde o último dia 30, quando entrou em inadimplência com a instituição ao não saldar uma dívida de 1,5 bilhão de euros.
O governo de Atenas tinha pedido o adiamento do prazo para pagar a dívida, alegando que a opção existe em “casos excepcionais”. A decisão final cabe agora ao Conselho de Administração do FMI, composto por 188 Estados-Membros, que deverá em breve tomar uma decisão.
Alguns especialistas acreditam que o FMI podia dar o exemplo, com uma extensão dos prazos de vencimento dos empréstimos. “A maioria dos 188 Estados-membros do FMI são mais pobres do que a Grécia, e não tiveram o tipo de regalias que alguns nos pedem para conceder a Atenas”, disse Blanchard.
O economista-chefe do fundo disse que um adiamento dos pagamentos, que aconteceu apenas por duas vezes na história da instituição, não ajuda países que enfrentam necessidades de financiamento imediato, como é o caso da Grécia.
Atenas, que apresentou uma proposta aos credores, em troco de um novo pacote de ajuda, deveria reembolsar o FMI em 455 milhões de euros até segunda-feira (13). O país terá ainda de devolver 284 milhões de euros à instituição antes de 1º de agosto.