O Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, mais Alemanha) fecharam um acordo sobre o programa nuclear da República Islâmica, nesta terça-feira (14) na sede da ONU em Viena, na Áustria.
"Se chegou a um compromisso em todos os aspectos. Muito em breve se anunciarão os resultados", disse um diplomata europeu à agência oficial russa de notícias TASS. A agência iraniana Isna também confirmou o fechamento do acordo antes da reunião final com os ministros dos sete países.
A última sessão plenária das negociações estava programada para ter início às 10h30 locais (5h30 em Brasília), seguida pelo anúncio dos resultados das conversas.
A AIEA e o Irã também definiram um plano de trabalho para certificar até o fim do ano que o programa nuclear da República Islâmica não tem objetivos militares.
"Acabo de assinar um roteiro entre a República Islâmica do Irã e a AIEA para esclarecer passados e presentes temas pendentes sobre o programa nuclear", anunciou o diretor-geral do órgão vinculado à ONU, Yukiya Amano.
A agência de notícias oficial do Irã, a IRNA, afirmou que o acordo permite que Irã mantenha toda sua infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento nuclear no país.
Segundo o governo russo, o Irã poderá realizar pesquisas sobre enriquecimento de urânio desde que não acumule o material nuclear.
A AIEA também confirmou o acordo e disse que prevê um documento em parceria com o governo iraniano até o dia 15 de dezembro deste ano.
Os ministros das Relações Exteriores dos sete países envolvidos no pacto e suas respectivas equipes de negociação buscaram ao longo dos últimos 18 dias de intensos diálogos chegar a um consenso para poder anunciar, enfim, o acordo histórico.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou hoje que um acordo nuclear entre seu país e o Grupo 5+1 será "um triunfo da diplomacia" e servirá como "bom começo" para novas relações internacionais.
Em mensagem divulgada no Twitter, rede social proibida no Irã, mas usada com frequência pelos líderes do país, Rohani disse que o acordo nuclear será um instrumento que colocará um fim em um período de "exclusão e coerção" nas relações entre os países.