O chefe de Governo da Espanha, o conservador Mariano Rajoy, anunciou que deseja submeter ao Parlamento o acordo da Grécia com a Eurozona, em função do valor comprometido.
"Apesar de em nosso país este trâmite não ser obrigatório, é minha intenção trazê-lo ao Parlamento para o debate porque são muitos os recursos solicitados aos contribuintes espanhóis", declarou Rajoy.
O presidente do governo não estabeleceu uma data para o debate no Parlamento, onde o Partido Popular tem maioria absoluta, o que permitiu aprovar nos últimos anos duras medidas de austeridade.
Rajoy informou que a Espanha contribuirá com quase 12% do terceiro pacote de resgate da Grécia, que pode chegar 86 bilhões de euros (95 bilhões de dólares).
Os credores da Grécia (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) convenceram o primeiro-ministro grego de esquerda Alexis Tsipras a aceitar condições rigorosas para salvar o país do colapso financeiro.
Depois de rejeitar durante seis meses a aplicação de novas medidas de austeridade, Tsipras deve aprovar reformas no mercado de trabalho e no sistema previdenciário, além de realizar um amplo pacote de privatizações.
"Perdemos muito tempo", lamentou Rajoy no Congresso, antes de destacar que "é tempo de que o governo grego mostre sensatez e responsabilidade".
"Tenho a melhor predisposição para que este assunto seja concluído da melhor maneira possível", completou, antes de citar o temor da "frustração de parte do povo grego que, induzido a rejeitar propostas há pouco mais de uma semana, se vê agora obrigado a aceitar outras mais exigentes porque a situação é muito mais grave".