EUA

Ataque que matou 4 militares nos EUA é investigado como 'terrorismo doméstico'

Os mortos eram todos Marines, confirmou este corpo de elite
Da AFP
Publicado em 17/07/2015 às 11:46
Os mortos eram todos Marines, confirmou este corpo de elite Foto: Jason Davis / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP


O homem armado de 24 anos que abriu fogo na quinta-feira em dois centros militares no Tennessee, sul dos Estados Unidos, matando quatro infantes da Marinha, não estava na mira das autoridades e sua ação foi classificada como "terrorismo doméstico".

O FBI, o Escritório de Investigações Federais, encarregado do caso, identificou o criminoso como Mohammod Youssuf Abdulazeez e afirmou que ainda é cedo para especular sobre suas motivações.

"Até o momento, estamos investigando qualquer possibilidade: se é terrorismo, se é doméstico, se é internacional ou se é simplesmente um ato criminoso", disse o agente do FBI Ed Reinhold.

De acordo com os primeiros elementos das investigações, o homem começou a disparar em um centro de recrutamento de infantes da Marinha em Chattanooga a partir de um veículo e depois se deslocou, 40 minutos mais tarde, a um centro de reservistas da Marinha e dos corpos de infantes da Marinha, a dez quilômetros dali.

Lá saiu de seu veículo e disparou "longas rajadas". As imagens das televisões locais mostraram muitas marcas de balas nas paredes das instalações.

Foi neste segundo centro em que as quatro vítimas caíram baleadas.

Os mortos eram todos Marines, confirmou este corpo de elite. O ataque também deixou três feridos, um recrutador de infantes da Marinha, um infante da Marinha e um policial.

O homem foi finalmente abatido no local pela polícia.

O presidente Barack Obama classificou o episódio de devastador e expressou sua dor pela morte dos quatro militares "que servem nosso país". Ainda não conhecemos todos os detalhes", explicou, mas a pessoa que realizou os ataques "parece ter agido sozinha".

Mohammod Youssuf Abdulazeez vivia em um subúrbio tranquilo com sua família aparentemente sem antecedentes.

 

Um 'bum' muito forte

 

Ao que parece, o criminoso tinha um blog no qual na segunda-feira escreveu que "a vida é curta e amarga" e que os muçulmanos "não devem perder a oportunidade de se submeter a Alá", segundo o centro de vigilância de sites islamitas SITE.

O blog não continha outros elementos dos quais fosse possível deduzir uma eventual radicalização, nem ameaças específicas.

Segundo o prefeito de Chattanooga, Andy Berke, Abdulazeez não havia dado às autoridades nenhum motivo para permanecer sob vigilância.

"Muitas das informações relacionadas ao terrorismo são obtidas por nós do governo federal. Certamente não tínhamos nenhuma indicação de que ele fosse uma ameaça ou de que ontem algo fosse ocorrer", disse Berke.

"Até onde sabemos, ele não estava" na mira das autoridades locais, declarou o prefeito, que após o incidente se reuniu com as autoridades federais.

As redes NBC News e CNN informaram que era um cidadão americano natural do Kuwait e a rede local WRCB acrescentou que havia se formado em engenharia em 2012 na Universidade do Tennessee.

Esta instituição confirmou no Twitter que se tratava de um de seus graduados.

Segundo uma antiga colega de escola, era um jovem discreto apreciado por seus companheiros. "Era simpático, divertido, amável", disse Kagan Wagner, citada pelo jornal local Chattanoogo Times Free Press. "Nunca teria imaginado que pudesse fazer isso".

Erica Wright, testemunha do tiroteio através das janelas de um salão de beleza situado a alguns metros do centro de recrutamento, disse à rede de notícias CNN: "Ouvi um 'bum', um 'bum' muito forte".

"Vimos um homem em um (Ford) Mustang prateado disparando contra o centro de recrutamento da Marinha", acrescentou, informando que o homem parou de atirar por um momento para recarregar sua arma e que depois seguiu atirando contra o edifício.

Segundo a testemunha, depois de mudar o automóvel de lugar, o criminoso voltou a disparar contra outra parte do centro de recrutamento.

A organização de defesa dos direitos dos muçulmanos CAIR condenou o massacre.

O senador Bob Corker, ex-prefeito de Chattanooga, disse em um comunicado ter o coração partido. "É um dia difícil para os habitantes do Tennessee. Enviamos nossos pensamentos e nossas orações a todos os afetados por esta tragédia", acrescentou.

O incidente engrossa a lista de fatos similares ocorridos nos últimos anos contra edifícios militares americanos, como o ataque em 2009 a Fort Hood (Texas, sudeste), no qual 13 pessoas morreram, ou o de 2013 no bairro Navy Yard da capital federal Washington, que deixou 12 mortos.

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