Os ministros da Defesa, Jaques Wagner, e da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, disseram nesta quinta-feira (23) que a decisão de encerrar o acordo de lançamento de foguetes com a Ucrânia foi motivada por razões comerciais. Em visita à base da Marinha, na Ilha de Mocanguê, no Rio de Janeiro, eles disseram que o rompimento do acordo não teve motivos políticos ou diplomáticos.
Segundo Jaques Wagner, o governo brasileiro já avalia o fim do acordo há pelo menos um ano e que a decisão não foi influenciada pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia. “Foi decidido antes disso. Eventualmente o conflito agravaria [os problemas do acordo], porque eles têm muita tecnologia que é compartilhada entre a Rússia e a Ucrânia. Foi uma questão muito mais de entender que essa cooperação não chegaria àquilo que o Brasil quer”, disse o ministro da Defesa.
Aldo Rebelo disse que o acordo com a Ucrânia não estava se mostrando comercialmente viável. “Era um acordo comercial para o Brasil junto com a Ucrânia financiar a construção de foguetes e buscar, ou com satélites próprios ou comprando satélites, para prestar serviços a terceiros países que queiram lançar satélites em órbita.”
O ministro disse também que “vamos disputar esses lançamentos no mercado, porque Ucrânia, França, Alemanha, China, Rússia e os Estados Unidos têm bases de lançamento, satélites e foguetes. Para competir, o preço do seu foguete tinha que ser suficientemente competitivo para que os países optassem por fazer seu lançamento nessa base.”
De acordo com Rebelo, o dinheiro já gasto com o projeto não será perdido. “As obras para essa finalidade perderam sentido, mas a estrutura que foi erguida, embora ainda não tenha sido completada, pode ser destinada para outra finalidade. Não é porque não vamos lançar esse projeto com a Ucrânia, que o Brasil vai deixar de perseguir sua meta de lançar satélites da base de Alcântara”.