O acordo nuclear com o Irã não tinha a intenção de reformar o regime do país, mas apenas evitar que Teerã desenvolva uma bomba atômica, garantiu nesta terça-feira (28) aos legisladores dos Estados Unidos o secretário de Estado, John Kerry, que defendeu o acordo.
Em sua segunda aparição perante o Congresso em menos de uma semana, o chefe da diplomacia americana disse que o acordo alcançado com o Irã este mês foi o melhor possível, e que uma alternativa, tal como sugerido pelos republicanos, era uma "quimera".
"Deixe-me enfatizar: a alternativa para o acordo que alcançamos não é um acordo melhor (mas) uma espécie de quimera que inclui a capitulação total do Irã", advertiu Kerry perante o Comitê de Relações Exteriores.
"É uma fantasia pura e simples", afirmou, acrescentando que rejeitar o acordo daria "luz verde" ao Irã a prosseguir os seus esforços para enriquecer urânio.
Os legisladores republicanos continuam a criticar o acordo que Washington e cinco outras potências mundiais assinaram com o Irã, segundo o qual a República Islâmica se compromete a permitir o controle do seu programa nuclear pela comunidade internacional em troca do levantamento gradual das sanções econômicas que afetam gravemente sua economia.
Em resposta aos críticos que os acusam de não ter forçado o Irã a reconhecer o direito de existência de Israel ou de deixar de apoiar grupos terroristas, Kerry disse que o acordo concentra-se apenas no programa nuclear iraniano e sua finalidade era exclusivamente evitar que o país obtenha uma arma nuclear.
"Este plano foi concebido apenas para resolver a questão nuclear, não para reformar o regime iraniano ou pôr fim ao seu apoio ao terrorismo, ou sua contribuição para a violência sectária no Oriente Médio", disse Kerry.